Entre janeiro e dezembro, o estado manteve saldo positivo de vagas, apesar da queda no último mês do ano
Minas Gerais registrou saldo positivo de 139.503 novos postos de trabalho em 2024, mantendo-se praticamente estável em relação ao ano anterior (138.429 vagas). O levantamento foi realizado pelo Sebrae Minas, a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
As Micro e Pequenas Empresas (MPE) do setor de Serviços foram as principais responsáveis pela criação de empregos, representando 54% do total, com 59.632 novas contratações. Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelas atividades de “serviços combinados de escritório e apoio administrativo” (6.557 vagas), “outros serviços prestados às empresas” (3.566 vagas) e “transporte rodoviário de carga” (3.490 vagas).
Na sequência, destacaram-se os setores de Comércio, com 22.738 novas vagas – impulsionado pelo segmento de “comércio varejista de mercadorias em geral – supermercados” (4.714 vagas) – e Indústria da Transformação, com 15.549 vagas, sendo as principais atividades “serviços de alimentação para eventos e recepções – bufê” (1.567) e “fabricação de produtos de uso doméstico – fogões, refrigeradores, máquinas de lavar” (696).
As MPE mineiras registraram maior geração de empregos nas regiões Centro (43.808 novos postos), Sul (12.597) e Triângulo (11.269).
Retração em dezembro
No último mês do ano, Minas Gerais apresentou saldo negativo, com o fechamento de 68.617 postos de trabalho. Desse total, 48,2% ocorreram em negócios de maior porte (-33.091) e 47,4% foram registradas em MPE (-32.548).
Todos os setores apresentaram queda na geração de empregos: Serviços (-12.346), Indústria da Transformação (-6.844) e Construção Civil (-6.507). Os segmentos mais impactados foram construção de edifícios (-2.732), construção de rodovias e ferrovias (-1.337), educação infantil – pré-escola e creche (-2.372) e ensino fundamental (-1.036).
O resultado negativo reflete a sazonalidade típica do período. Entre os principais fatores que explicam esse movimento estão o encerramento de contratos temporários em setores como educação básica, construção civil, agropecuária e atividades ligadas às festas de fim de ano. Além disso, a desaceleração econômica, somada à inflação pressionada, desvalorização cambial e ao crédito mais caro, impacta diretamente setores dependentes do consumo das famílias, como serviços e comércio. Para equilibrar custos, muitas empresas acabam reduzindo seus quadros de funcionários.
Na análise regional, todas as regiões do estado registraram saldo negativo em dezembro, com as maiores perdas no Centro (-9.852), Centro-Oeste e Sudoeste (-5.278) e Triângulo (-5.005).
O que esperar da economia nos próximos meses?
“As expectativas para 2025 apontam para um cenário de moderação no mercado de trabalho, com uma possível intensificação da desaceleração econômica no segundo semestre. Apesar da previsão de forte crescimento no setor agropecuário, que pode impulsionar o PIB no primeiro trimestre, esse efeito tende a ser temporário. No segundo trimestre, a tendência é que a queda do consumo e dos investimentos ganhe força. O mercado de trabalho entra em 2025 com sinais de moderação, mas ainda há potencial de crescimento, desde que políticas econômicas e estímulos adequados sejam implementados”, explica a analista do Sebrae Minas Bárbara Castro.