Consciência negra: estudantes lançam livros com histórias de vida de homens e mulheres pretos

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Apesar de mais de 130 anos da libertação de negros escravizados, seus descendentes continuam a sofrer racismo e a exclusão social nos dias atuais, por isso a necessidade do Dia da Consciência Negra. Se for mulher ou se for homossexual a situação é ainda pior, é o que revelam duas obras de jovens jornalistas negros que fazem parte desses grupos: mulher e homossexual.

UBUNTU – Histórias de vida de mulheres negras

No Brasil, acontecem diariamente 13 casos de feminicídio, oito têm como vítimas mulheres negras, ou seja, 60,5% de acordo com o Atlas da Violência de 2019. O serviço do governo do Estado de São Paulo – a Central de Atendimento à Mulher –, pelo telefone 180, aponta que em 2018 60% das mulheres que relataram casos de violência doméstica eram negras.

Escrito pela formanda de Jornalismo, Lethycia Costa, Ubuntu é um livroreportagem que narra histórias reais que vão ao encontro dos dados estatísticos apresentados nas pesquisas. São histórias de mulheres negras que desde criança enfrentam o racismo estrutural e institucional e, hoje, cada uma na sua área, participa de iniciativas e projetos para mudar a realidade de outras que virão.

“Ubuntu é uma expressão de origem africana e significa ‘eu sou porque nós somos’ e isso tem muito a ver com a minha vida e com a de muitas mulheres negras”, explica Lethycia. A escolha do termo Ubuntu reflete a trajetória traçada por mulheres que prepararam caminhos para outras que viram. “Se hoje estamos onde estamos é porque outras mulheres negras vieram antes e abriram caminho para nós”, conclui Lethycia ao falar dos avanços conquistados, sem se esquecer da luta que ainda há pela frente.

AVENIDAS IDENTITÁRIAS: a negritude LGBT+ no Brasil

O livro-reportagem de autoria de Gabriel Ambrogi traz a história de vida de mulheres e homens negros e homossexuais. Eles narram o enfrentamento da exclusão social e sentimentos de dor e preconceito pela cor da pele somada à orientação sexual.

Mais de 54% da população brasileira é negra ou afrodescendente, 7,8% dos homens brasileiros declararam-se homossexuais e 2,6% bissexuais, segundo estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), em 2009. A homossexualidade é uma variação da sexualidade humana e, portanto está naturalmente presente entre todos os povos, dessa forma, é importante discutir o preconceito estrutural contra o negro gay e suas dores, que como todas as minorias, merecem atenção e políticas públicas de proteção.

Em 2019, 329 lésbicas, gays, bissexuais e transexuais morreram no Brasil vítimas da LGBTfobia: 297 homicídios (90,3%) e 35 suicídios (9,7%). Dados revelam que por dia um LGBT é assassinado ou se suicida vítima da homofobia, o que coloca o Brasil como campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. Segundo agências internacionais de Direitos Humanos, matam-se muito mais homossexuais e transexuais no Brasil do que nos 13 países do Oriente e África onde há pena de morte contra os LGBT (Relatório Anual do GGB, 2019).

Como mostram as pesquisas, os depoimentos presentes em Avenidas Identitárias confirmam que gays e negros sofrem agressões físicas, verbais e morais de toda ordem e são excluídos social e economicamente, o que contribui para a continuidade e o agravamento da condição de exclusão. No mês da Consciência Negra, estas duas obras, que revelam as parcelas do povo negro que é duplamente excluída, nascem das mãos de jovens negros, os mais jovens profissionais da Comunicação que prometem trabalhar para mudar essa realidade.

Em breve, Ubuntu e Avenidas Identitárias poderão ser adquiridas pelas plataformas digitais e também na versão impressa.

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