Gravidez na Pandemia: as incertezas e preocupações das futuras mamães

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A gestação é um período que naturalmente causa ansiedade e com um vírus à solta, tudo é mais intenso

Alice Dionisio | 12h14

Quando a mulher descobre que está grávida é uma mistura de sentimentos e incertezas. Para muitas, primeiro vem a alegria de saber que está carregando uma pessoinha no ventre. Mas logo as dúvidas surgem: será que estou preparada? Como vai ser quando nascer? Qual a reação da família e amigos? Como vou contar? Agora imagina passar por tudo isso e ainda ter que se preocupar com Covid-19.

A Ana Laura Cava já estava planejando se tornar mãe nesse ano, só não esperava que tudo aconteceria tão rápido. “Senti uma alegria tão grande, que nem lembrei de pandemia. Mas depois vieram as preocupações, porque não sabíamos muito sobre este vírus e ainda não sabemos né?” conta a maquiadora, que está em sua vigésima semana de gestação.

Todo mês, ela faz o acompanhamento com um obstetra e para isso, ela conta com a ajuda e o apoio do marido. “Tudo é feito com muita cautela e cuidado. Como o pai é muito presente e só podemos levar um acompanhante, é ele quem vai comigo. Não posso levar as vovós, vovôs e irmãos. Mas mesmo assim, recebo um carinho muito grande deles, que nem sei como agradecer” afirma.

E pensando nas mulheres que estão passando pela mesma situação, ela teve a ideia de fazer um vídeo reunindo outras gestantes para compartilharem experiências e apoiarem umas às outras. “Nós não podemos perder a fé. Temos que pensar que este momento vai passar e precisamos ficar firmes. Precisamos nos cuidar e proteger, porque logo estaremos com nossos bebês nos braços” afirma.

O vídeo foi postado há uma semana nas redes sociais da maquiadora e já possui quase duas mil visualizações. Umas das entrevistadas, foi a Karol Dias. Ela descobriu que estava grávida em janeiro, antes da pandemia começar. Primeiro foi só festa, já que a pequena Lara foi muito esperada por ela e pela família. Mas logo depois, a rotina mudou. “Tudo já é uma mistura de sentimentos, os hormônios oscilam e com a pandemia ficou tudo mais intenso. Primeiro vem o medo ‘eu não posso pegar esse vírus’. A preocupação aumentou, o cuidado redobrou e o mais difícil foi o isolamento” lamenta. Porém, ela acabou encontrando forças na própria filha. “Apesar das dúvidas, ser mãe é ter força e alegria. A gente acaba vencendo tudo pelo nosso filho” ressalta a psicóloga.

(Foto: Arquivo Pessoal)
Em casa, todos os cuidados estão sendo tomados. A psicóloga trabalha em uma escola e com as aulas paralisadas, não precisa sair de casa para ir até o serviço. “Eu só saio quando é muito necessário. Meu marido precisa ir trabalhar. Quando chega já coloca as roupas para lavar, higieniza o sapato, toma banho e limpamos tudo o que entra em casa” diz.

Com trinta e cinco semanas de gestação, a Karol conta que as idas ao médico também mudaram. “Uma consulta eu tive que fazer por telefone. Foi muito bom ter essa atenção da médica, mas não pude escutar o coração e isso para uma grávida é muito difícil” lembra. Agora, na reta final, ela precisa fazer acompanhamento de 15 em 15 dias. “Vou ao consultório com hora marcada, sem sala de espera, sempre de máscara e para o ultrassom só posso levar um acompanhante. Mas a minha maior preocupação é a ida ao hospital, porque sabemos que tem pessoas com Covid lá. Mas tento pensar positivo, já que a ala da maternidade é bem separada” afirma.

A médica da Maternidade da Santa Casa de Poços de Caldas, Dra. Cristine Moreira Silva Benetti, reforça que é fundamental fazer todos os exames do pré-natal, mesmo com a pandemia. “É o momento para monitoramento da mãe e bebê, orientação da mãe e diagnóstico de intercorrências da gestação. Ele não deve ser deixado de lado. Quanto melhor a assistência pré natal, menor o tempo de internação hospitalar” explica.

(Foto: Rafael Santos)
Ainda não há muitos estudos em como a Covid-19 pode afetar a saúde da mãe e do bebê, porém a médica explica que o tratamento é o mesmo dos demais infectados e que o aleitamento materno não precisa ser interrompido. “Pouco se sabe sobre a transmissão do vírus por via placentária, durante trabalho de parto ou aleitamento. Caso a mãe fique sintomática, não existe nenhuma recomendação diferente dos outros grupos. Deve ser feito isolamento social, monitoramento de temperatura e procurar atendimento hospitalar em caso de febre ou falta de ar. O Aleitamento Materno não deve ser suspenso, apenas atentar à higienização das mãos e uso de máscara durante a mamada. Caso esteja sintomática, o leite pode ser ordenhado e oferecido ao bebê através de copinho ou colher” reforça, dra. Cristine.

A única indicação médica é: relaxar e aproveitar esse momento tão especial. “A gestação é um período que naturalmente causa ansiedade. No entanto, é uma fase muito bonita que não deve se tornar sofrida ou conturbada. Curta esse momento com responsabilidade, respeite as recomendações e cuide-se!” conclui.

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