Moradores contestam instalação de Casa de Passagem no bairro Cascatinha

Moradores contestam instalação de Casa de Passagem no bairro Cascatinha

Atualizado em 3 de outubro de 2025

A instalação da nova Casa de Passagem de Poços de Caldas, no bairro Cascatinha, nas proximidades da Praça Nino Trindade, conhecida como Praça do Zumbi, na esquina das ruas Santo Antônio e Presidente Roosevelt, gerou insatisfação entre moradores.

O aposentado Pedro Ceccato, que vive há mais de 50 anos no bairro, afirma que a vizinhança foi surpreendida com a mudança.
“Temos uma vizinhança tranquila, de famílias antigas, e ficamos muito chateados com essa decisão. Acho que esse tipo de serviço deveria ser descentralizado, não no centro da cidade. Aqui perto há escolas, creches e famílias que já estão preocupadas. Se acontecer algum problema, quem será o responsável? É um desabafo de quem vive aqui há décadas”, declarou.

Defesa da Prefeitura

A unidade acolhe pessoas em situação de rua e, segundo a secretária municipal de Assistência Social, Marcela Carvalho Messias, o novo espaço foi escolhido por oferecer melhores condições para o serviço e até mesmo redução de custos em relação ao endereço anterior.

“Esse imóvel é mais barato do que a casa que atendíamos antes e, além disso, possibilita a divisão em quartos menores, o que melhora a organização e o atendimento. Temos, por exemplo, um espaço específico para idosos e outro para pessoas que estão inseridas no mercado de trabalho, o que facilita a reinserção social”, explicou Marcela em entrevista ao jornalismo da TV Poços.

Reclamações antecipadas

A secretária ressaltou que as queixas começaram antes mesmo da mudança efetiva da casa de acolhimento para o novo endereço. “Não havia como existir problemas, já que nem tínhamos feito a transferência. Infelizmente, o que percebemos é uma postura de preconceito contra pessoas em situação de rua”, disse.

Segundo ela, a Prefeitura solicitou um prazo de dois meses de avaliação para verificar se de fato haverá impactos na vizinhança, como aumento da criminalidade ou ocorrências de furtos. “É uma prática que fazemos em todos os serviços. Se houver dados concretos, fazemos os ajustes necessários, mas até agora não existe nenhuma comprovação”, destacou.

Apoio federal e outras casas de acolhimento

Marcela Messias também lembrou que o serviço não é custeado apenas pelo município, já que conta com recursos federais. “Há uma ideia equivocada de que tudo sai do orçamento local. Não é assim. Além disso, nessa mesma rua já existem outras duas casas de acolhimento, mas como funcionam em imóveis mais discretos, ninguém nunca reclamou”, pontuou.

Objetivo da Casa de Passagem

De acordo com a secretária, o espaço funciona como a residência temporária dos acolhidos, oferecendo alimentação, local para dormir, lavar roupas e condições básicas de higiene. A proposta é dar suporte para que os moradores em situação de rua possam se reorganizar financeiramente e buscar a saída definitiva dessa condição.

“É um trabalho diferente do antigo Centro Pop. Aqui é a casa deles, um ambiente de estímulo para que possam trabalhar, se reestruturar e reconstruir suas vidas”, concluiu.

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