Apostas online disparam no Brasil e já afetam saúde e finanças de milhões
Atualizado em 10 de agosto de 2025
Desde a legalização das apostas esportivas de cota fixa em 2018, o mercado das chamadas bets explodiu no Brasil — e junto com ele, os problemas. Dados recentes apontam que 86% dos apostadores acumulam dívidas, 64% estão negativados e 63% comprometem parte significativa da renda mensal com jogos.
Segundo especialistas, como o coordenador do curso de Psicologia da PUC Minas em Poços de Caldas, o hábito pode evoluir para um transtorno clínico reconhecido, caracterizado pela dificuldade de interromper as apostas, priorização de ganhos para reinvestimento e prejuízos financeiros, familiares e profissionais. Casos graves estão associados a quadros de ansiedade, depressão e até ideação suicida.
O Ministério da Previdência Social registrou, em 2024, 402 benefícios por incapacidade temporária relacionados ao vício em jogos online, sendo 61 em Minas Gerais. O sistema de recompensas intermitentes, aliado ao marketing agressivo e à promessa de ascensão financeira, mantém o jogador engajado e aumenta o risco de dependência.
Embora ainda não exista política pública específica para o tratamento do vício em apostas no país, especialistas reforçam que há alternativas de cuidado. Procurar ajuda profissional é essencial quando as perdas superam os ganhos e os impactos atingem não apenas o bolso, mas também a saúde e os relacionamentos.
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