Correios aprovam plano de reestruturação com fechamento de agências, PDV e venda de imóveis
Atualizado em 23 de novembro de 2025
Os Correios aprovaram, na quarta-feira, 19 de novembro de 2025, um amplo plano de reestruturação que mira a recuperação financeira da estatal já no curto prazo. O pacote prevê novas rodadas de demissão voluntária, o fechamento de até mil agências deficitárias e a venda de imóveis que podem render cerca de R$ 1,5 bilhão.
A estratégia inclui ainda a contratação de um empréstimo de até R$ 20 bilhões até o fim de novembro, medida considerada essencial para reduzir o déficit acumulado, restabelecer o equilíbrio financeiro em 2026 e possibilitar o retorno ao lucro a partir de 2027.

Segundo a empresa, o plano foi construído após análises detalhadas da atual situação financeira e do modelo de negócios. A reestruturação foi dividida em três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento. A estatal afirma que o conjunto de ações é necessário diante da queda de receitas e do avanço dos custos operacionais.
Principais medidas
- Novo Programa de Demissão Voluntária (PDV);
- Redução de despesas com o plano de saúde dos empregados;
- Modernização do modelo operacional e da infraestrutura tecnológica;
- Corte de até 1 mil agências deficitárias;
- Venda de imóveis, com expectativa de arrecadação de R$ 1,5 bilhão;
- Expansão no e-commerce e parcerias estratégicas, incluindo possíveis fusões e aquisições.
A estatal reforça que, mesmo com os cortes, o novo modelo mantém a universalização dos serviços postais, garantindo atendimento inclusive em áreas remotas.
Contexto e metas
Depois de registrar prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, os Correios já haviam lançado, em maio deste ano, um primeiro pacote de ajuste. Na ocasião, foram anunciados: um PDV, redução da jornada administrativa para seis horas diárias, suspensão das férias de 2025 e o fim do trabalho remoto. Aproximadamente 3,5 mil empregados aderiram ao programa, gerando economia anual estimada em R$ 750 milhões.
Estrutura da estatal
De acordo com o IBGE, os Correios estão presentes nos 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha. A rede conta com mais de 10 mil agências, 8 mil unidades operacionais, 23 mil veículos e cerca de 80 mil empregados.
Além da entrega de encomendas e correspondências, a estatal executa serviços considerados estratégicos para o país, como a distribuição de livros didáticos, provas do Enem, urnas eletrônicas e mantimentos em operações emergenciais — como nas enchentes no Rio Grande do Sul e, mais recentemente, no atendimento às famílias atingidas pelo tornado em Rio Bonito do Iguaçu (PR), em 7 de novembro.

