Acontece até neste sábado, 09, o Kizomba – 1º Encontro de Capoeira de Matriz Africana com atividades no centro da cidade e no Parque Municipal Antonio Molinari. O evento acontece pela manhã e à tarde e terá rodas de mestres, shows de samba e pagode, apresentações de maracatu e de ternos de congo, e outras atrações.
A entrada é gratuita. O evento é organizado pelo Grupo Beija-Flor de Capoeira e tem apoio da Prefeitura. “O objetivo do encontro é fortalecer ainda mais a cultura afro-brasileira na cidade”, destaca o organizador Antonio Carlos Batista, o Carlão da Capoeira.
“É um evento tanto esportivo quanto cultural, com apoio municipal, no intuito de estimular a prática da capoeira”, diz o secretário de Esportes, Fernando dos Santos.
No sábado, no Parque Municipal, a partir das 14h, haverá roda de capoeira, apresentações culturais e shows.
Entre os artistas da programação musical estão Tiago Oliveira, Marinho Partideiro e Cleber Vivas.
Programação
Sexta
Curso e roda com mestres
Local e horário e a definir
Sábado
10h – Batizado e troca de graduação dos alunos do grupo Beija-Flor
Local: Rua Vila Rica, Vila Rica
12h – Almoço
Local: Centro de Cultura Chico Rei
14h – Apresentação de grupos de congos e caiapós, roda de capoeira, samba de roda, terreiros de candomblé e umbanda, maracatu
17h – Show de Tiago Oliveira e convidados
Local: Parque Municipal
Mais informações: (35) 98875-4875.
Dia da Capoeira
Este ano, foi instituído em Poços o Dia Municipal da Capoeira. A data escolhida foi 13 de maio. A comemoração é mais um incentivo ao esporte de matriz africana, presente em diversas atividades culturais e esportivas do município. Na cidade, há várias associações que promovem a prática da capoeira.
História
A capoeira é uma expressão cultural afro-brasileira que mescla elementos de arte marcial, dança e música. Sua história remonta ao período colonial no Brasil, quando milhões de africanos foram trazidos como escravos durante o período da escravidão. A palavra capoeira significa “o que foi mata”, por meio da conexão dos termos ka’a (“mata”) e pûer (“que foi”). Alude às áreas de mata rasa do interior do Brasil, onde era feita a agricultura indígena. Os primeiros registros da capoeira datam do século 16. Os escravos traziam consigo tradições culturais, incluindo práticas de luta, que foram incorporadas à capoeira.
No entanto, a capoeira foi proibida pelas autoridades coloniais por estar associada à resistência e à rebelião por parte dos escravos. Por isso, os praticantes desenvolveram uma forma disfarçada de luta, incorporando elementos de dança e música, para evitar chamar a atenção das autoridades. Após a abolição da escravatura em 1888, a capoeira começou a ser praticada abertamente apesar de ainda enfrentar estigma e discriminação.
Na década de 1930, o mestre Bimba (Manuel dos Reis Machado) e o mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha) desempenharam papéis fundamentais na valorização e organização da capoeira. Mestre Bimba criou uma nova modalidade chamada “capoeira regional”, incorporando movimentos mais rápidos e acrobáticos. Mestre Pastinha, por sua vez, dedicou-se à preservação das tradições antigas da capoeira, criando a “capoeira angola”. Foi nessa época que a prática foi legalizada.
A partir da década de 1970, a capoeira ganhou reconhecimento e se espalhou pelo mundo. Muitos mestres e praticantes viajaram para difundir a arte marcial e cultural da capoeira, resultando em um interesse global crescente. Em 2008, a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, o que contribuiu para sua preservação e promoção. Hoje, a capoeira é praticada em todo o mundo, com academias, grupos e eventos.
Características
A capoeira reúne diferentes tipos de elementos do campo da musicalidade, luta, religiosidade, dança e costumes. Ela se consolidou enquanto forma de preservar as culturas ancestrais de seus praticantes, bem como de resistir à opressão vivenciada no contexto da escravidão. A capoeira é caracterizada pela da roda de praticantes e tocadores, pelos cantos, pelos instrumentos e pelos movimentos corporais.
A música é um elemento essencial para a construção da prática corporal e de desenvolvimento da capoeira. Os diferentes toques executados nos diversos instrumentos, como o berimbau e o atabaque, junto ao coro e o compasso das palmas, compõem a musicalidade da manifestação cultural. Entre os temas das letras musicais cantadas na capoeira estão as vivências das pessoas escravizadas e as divindades do candomblé.