A campanha nacional Agosto Dourado entra em foco, com o tema deste ano “Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham”. O aleitamento materno é uma prática reconhecida por seus inúmeros benefícios, proporcionando um alicerce de imunidade, nutrição e vínculo emocional para os bebês. “O leite materno é uma fonte incomparável de nutrientes essenciais para o desenvolvimento saudável dos recém-nascidos. É crucial que as mães sejam encorajadas e ajudadas a continuar com a amamentação mesmo após a volta ao trabalho ” ressalta Flávio Zenun, pediatra da Unimed Poços de Caldas.
No entanto, para mães que retornam ao trabalho após a licença maternidade, equilibrar a amamentação com as demandas profissionais pode ser desafiador. A campanha de 2023 busca ressaltar a importância de horários flexíveis e espaços adequados para a amamentação ou ordenha do leite materno, além da necessidade de ambientes de trabalho que ofereçam suporte às mães lactantes. “Empresas conscientes podem desempenhar um papel fundamental ao proporcionar intervalos e espaços adequados para a amamentação, permitindo que as mães continuem essa prática saudável”, reforça o pediatra da Unimed Poços.
Dados recentes revelam que, apesar dos inúmeros benefícios do aleitamento materno, muitas mães enfrentam dificuldades ao retornarem ao trabalho após a licença maternidade. Um estudo nacional mostrou que cerca de 32% das mães interrompem a amamentação exclusiva após voltarem ao trabalho, principalmente devido à falta de condições adequadas nos locais de trabalho. “Ao compreender e promover os direitos das mães trabalhadoras, contribuímos para a saúde não apenas das crianças, mas também para um ambiente profissional mais saudável e equitativo, contribuindo para a saúde geral da comunidade” destaca, Zenun.
No Brasil, a Constituição assegura o direito à licença-maternidade de 120 dias, com estabilidade no emprego durante esse período. Além disso, a Lei 11.770/2008 instituiu o Programa Empresa Cidadã, que ampliou a licença-maternidade para até 180 dias em empresas que aderirem ao programa. Também está previsto o direito a dois descansos especiais de meia hora cada um para amamentar ou realizar a ordenha até que o bebê complete seis meses.
Entretanto, a legislação ainda carece de disposições específicas sobre a criação de espaços adequados para amamentação e a promoção de condições que favoreçam o aleitamento no ambiente de trabalho. “A lactante deve ser valorizada pela comunidade, sociedade e empregador, pois a amamentação gera benefícios para todos, inclusive aumentando a produtividade da trabalhadora”, finaliza o pediatra.