A programação traz filmes importantes e inclui um debate pós sessão com o crítico Aaron Cutler e com a artista plástica Mariana Shellard, ambos da Mutual Films, no final de semana de 22 a 24 de março.
A programação abre com Folhas de Outono (2023) na sexta, dia 22, às 19h. A obra é ambientada na atual Helsinque e conta a história de Ansa e Holappa, duas almas solitárias cujo encontro casual em um bar de caraoquê enfrenta vários obstáculos: de contatos perdidos a endereços errados, alcoolismo e um charmoso cachorro de rua.
No sábado, dia 23, às 16h, como parte da Sessão Mutual Films, será exibido Suzanne, Suzanne + Encontrando Christa. Suzanne, Suzanne foi o primeiro filme realizado por Camille Billops e James Hatch, um curto documentário filmado em 16 mm e em preto e branco. Nele, acompanhamos de forma direta as rememorações de Suzanne Browning, sobrinha de Billops, uma jovem mulher em Los Angeles (e mãe de dois meninos) que luta para se recuperar dos abusos físicos do pai já falecido durante a infância e de uma juventude de vício em heroína. Já em Encontrando Christa – uma obra feita ao longo de uma década e que apresenta o encontro entre as duas mulheres a partir de uma mistura de cenas documentais e performance – Billops fala que ela nunca desejou a maternidade, e consequentemente a reprodução do mesmo modelo inadequado impelido às mulheres de sua família. Porém, ela também não contava que, após duas décadas, sua filha retornaria para reivindicar seu acolhimento. A sessão será seguida por uma conversa c.om o crítico de cinema e programador Aaron Cutler e a artista plástica Mariana Shellard
Após a conversa, às 18h30, ainda serão exibidos os filmes Pegue suas malas + A Butique KKK não é apenas de caipiras, também como parte da Sessão Mutual Films. No curta-metragem Pegue suas malas, comissionado para o National Black Arts Festival, em Atlanta, Camille Billops reflete sobre a apropriação cultural a partir de sua visão sobre a escravidão dos africanos nos Estados Unidos – a qual ela compartilha em cena ao lado de um primo distante, um menino atencioso chamado Keita Omawale Erskine, usando uma linguagem lúdica. Em A butique KKK não é apenas de caipiras – o único longa-metragem realizado por Billops e James Hatch –, os cineastas convidam seus diversos amigos para um jogo que aborda várias formas de racismo. Em uma mistura de documentário – com entrevistas sobre as experiências de vida dos participantes – e encenações teatrais e satíricas, somos convidados a refletir sobre nossos próprios preconceitos de uma forma surpreendente.
A programação de domingo, dia 24, às 17h, traz Jeanne Dielman (1975), que acompanha três dias na vida de Jeanne Dielman (Delphine Seyrig), uma mulher ainda jovem, porém viúva, que mora com o filho adolescente. A rotina enfadonha e a clareza de pequenos gestos e detalhes dessa mulher que cuida da casa enquanto o filho está na escola e se prostitui ocasionalmente. A junção do sufocamento pela rotina com o fato dela atender aos clientes em casa conduzem Jeanne a um trágico final.
Os ingressos estão disponíveis na recepção do IMS Poços e pelo site ingresso.com