Dois médicos são condenados e um absolvido, após julgamento do Caso Pavesi

Foto: Joubert Oliveira/TJMG
Want create site? Find Free WordPress Themes and plugins.

Dois, dos três médicos que estavam em julgamento pelo Caso Pavesi, foram acusados pela morte de Paulinho. José Luis Gomes da Silva e José Luis Bonfitto foram condenados a 25 anos de prisão e não poderão recorrer em liberdade. Já Marco Alexandre Pacheco da Fonseca foi absolvido pelo júri. O pai da vítima estava presente no momento da leitura da sentença. A sessão foi presidida pelo juiz Daniel Leite Chaves.

O julgamento, que começou nesta quinta-feira (28), foi retomado na manhã de ontem (29) e só terminou na madrugada de hoje (30).

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o outro médico acusado que ainda não foi julgado, Álvaro Ianhez, teve o processo desmembrado por causa de um recurso que ainda não foi julgado.

Depoimento do pai

O pai de Paulo Pavesi contou que, após a piora do estado de saúde do filho, decidiu que doaria os órgãos do menino, caso houvesse morte cerebral. Ele alegou ter descoberto posteriormente que, quando os órgãos foram retirados, a condição do filho não era definitiva para ser considerado doador.

Ele contou que chegou a presentear os médicos com placas de metal pelos cuidados que eles tiveram com o filho após o acidente. Acrescentou que descobriu o crime quando viu a conta do hospital, que listava tratamentos e medicamentos incompatíveis com o estado de saúde do filho.

Ainda segundo o pai da vítima, os procedimentos realizados no hospital visavam manter a saúde dos órgãos para doação irregular, e uma exumação posterior constatou a retirada de órgãos que ele não tinha autorizado.

Ele relatou ainda que as descobertas e as denúncias motivaram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI), em Brasília, e que sofreu perseguições que o levaram a se refugiar na Itália.

Defesa

Os médicos disseram que o próprio pai foi quem sugeriu a doação de órgãos e que, antes disso, fizeram todo o possível para salvar a criança.

Caso Pavesi

Em 2000, os médicos José Luis Gomes da Silva, José Luis Bonfitto, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado de Paulo Veronesi Pavesi, que na época tinha dez anos.

Conforme a Justiça, os quatro médicos teriam sido responsáveis por procedimentos incorretos na morte e remoção de órgãos do garoto, após ele cair de uma altura de dez metros no prédio onde morava. O exame que apontou a morte cerebral teria sido forjado e o garoto ainda estaria vivo no momento da retirada dos órgãos.

Denúncia

Na denúncia, consta que cada profissional cometeu uma série de atos e omissões voluntárias com a intenção de forjar a morte do menino para que ele fosse doador de órgãos. Estão entre as acusações a admissão em hospital inadequado, a demora no atendimento neurocirúrgico, a realização de uma cirurgia por profissional sem habilitação legal, o que resultou em erro médico, e a inexistência de um tratamento efetivo e eficaz. Eles são acusados também de fraude no exame que determinou a morte encefálica do menino.

A denúncia foi recebida pela Justiça em 2002 e houve sentença de condenação, em primeira instância, em 2010. No entanto, decretou-se a nulidade do processo, a partir das alegações do Ministério Público, que colocou em suspeição a atuação do promotor de justiça no julgamento.

Decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) remeteu o processo para a capital, após pedido de desaforamento solicitado pelo Ministério Público, sob o argumento de que a população de Poços de Caldas estaria corrompida pelo bombardeio midiático do caso. O primeiro julgamento em BH foi marcado para março de 2015, redesignado para abril, e novamente suspenso por causa do julgamento de um recurso especial nos órgãos superiores.

Did you find apk for android? You can find new Free Android Games and apps.