Linguagem sensacionalista influencia na produção de notícias falsas

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Sensacionalismo e manchetes chamativas são iscas que chamam a atenção para o compartilhamento de fake news

Cristiano Abreu
Lucas Abrahão
Otávio Augusto

Estudantes do 3º período do curso de Jornalismo PUC Minas Poços de Caldas

Com o avanço das redes sociais e da criação independente de conteúdo na internet, a circulação de notícias falsas tem se tornado cada vez mais presente em nosso cotidiano. Por meio de linguagem sensacionalista e manchetes chamativas, essas falsas informações atraem leitores desavisados.

A linguagem sensacionalista vai ao encontro do que as pessoas querem ouvir, para validar aquilo que elas pensam e veem, como afirma Adinan Nogueira, publicitário e professor dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda na PUC Minas Poços de Caldas. “É mais fácil as pessoas reafirmarem aquilo que já sabem, e as fake news fazem isso o tempo todo. Esses conteúdos falsos reafirmam muitas vezes uma mitificação que a pessoa já tem, uma visão de mundo que não olha para todos os lados. O público reproduz tudo isso com muita facilidade. A pessoa vai lá e curte, compartilha, manda para as outras pessoas, porque aquilo reproduz o que ela pensa”, explica.

Os conteúdos falsos podem se manifestar nos modos verbal e não-verbal. A linguagem não-verbal abrange todos os elementos que não envolvam textos ou palavras e priorizam imagens, fotografias, ilustrações e desenhos. Maressa Basso, também professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da PUC, conta sobre o uso da linguagem não-verbal na propagação de notícias falsas.”É por meio da manipulação de imagens que podemos identificar a ocorrência de fake news não-verbais. Por exemplo, a partir de uma foto, é possível realizar manipulações, inserir elementos ou retirá-los de contexto, tudo com o intuito de difundir uma mentira”.

Maressa explica que existe uma construção cuidadosa nas fake news, que combina diferentes tipos de linguagens para tentar convencer os leitores de sua veracidade. “Vamos pensar nos memes da internet, muitas vezes suas imagens fazem sentido em outros contextos, mas são colocadas com frases e discursos que amparam a mensagem que eu quero passar, assim como ocorre nas fakes news”, ressalta. As fake news também são produzidas de forma estratégica para atingir um público-alvo específico, com uma linguagem que se comunica de maneira mais eficaz com esse grupo.

Outra característica em matérias de notícias falsas é como os títulos são construídos, geralmente em caixa alta, de forma que fiquem visualmente chamativos, em busca de gerar cliques despretensiosos, como esclarece o jornalista Diego de Deus. “As notícias são afetadas de diversas maneiras, a mais comum se baseia no lucro das empresas que usam da linguagem sensacionalista para obter cliques. Quanto mais cliques uma reportagem falsa recebe, mais lucros a empresa responsável pelo post terá, afetando diretamente o jornalismo ético”, afirma.

As redes sociais são o meio principal de atuação das fake news, mesmo com uso de algoritmos da internet para tentar neutralizar o compartilhamento desses conteúdos, como diz João Benedito dos Santos Júnior, perito de crimes cibernéticos e professor da PUC. “Espalhar boatos e inverdades é uma atividade inerente à existência humana, ao pensamento humano; não é algo que tenha surgido com o mundo digital, que, obviamente, potencializa a disseminação desse tipo de conteúdo. Para cada tipo de conteúdo digital, temos ferramentas, mecanismos e técnicas para verificação de sua autenticidade. Algoritmos podem ser programados e treinados (no caso, com uso de Inteligência Artificial) para habilitar uma máquina a realizar determinadas tarefas”, explica.

Com a enorme onda de desinformação que se encontra atualmente, principalmente nas redes sociais, é preciso tomar uma postura crítica e buscar por fontes confiáveis antes de compartilhar uma notícia com seus amigos e familiares.

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