O Natal é tradicionalmente uma das melhores datas para o comércio de todo o país. Porém, com a pandemia, a expectativa de vendas de muitos comerciantes diminuiu, assim como a forma de confraternizar. Uma pesquisa realizada pela empresa Toluna constatou que 63% dos entrevistados irão mudar a forma como comemoram o Natal. Já 28% dos respondentes não mudarão a forma das festividades e 8% não sabem. Por conta da pandemia, a recomendação dos órgãos de saúde é que as festas de Natal não tenham aglomerações e mantenham protocolos de segurança. A situação alterou os planos de muita gente: 49% responderam que não irão viajar por conta da pandemia, 40% não viajariam mesmo sem pandemia e 11% não cancelaram seus planos de viagem.
Em Poços de Caldas, a Associação Comercial e Industrial (ACIA) afirma que as vendas no comércio da cidade estão abaixo da expectativa. A esperança é que os clientes deixem para comprar tudo hoje (24). O economista Vinicius Generoso Monteiro afirma que essa diminuição na procura esteja ligada aos impactos que a Covid-19 causou na vida de muitos brasileiros. “A pandemia afetou diretamente o consumo. As pessoas deixaram de sair de casa e, consequentemente, de consumir. Isso, associado ao fechamento das empresas, levou a um volume de demissões muito grande. O desemprego saiu de 11,8% para 13,8%. Assim, os principais efeitos foram desemprego, e consequente queda na renda, e a queda no PIB – produção total de bens e serviços” explica o professor da PUC Minas, Campus de Poços de Caldas. Mas ainda sim, as pessoas devem fazer as suas tradicionais compras de fim de ano. “Acredito que as pessoas irão realizar as compras de final de ano como de costume. Porém, em uma menor quantidade. A queda na renda geral foi significativa e afetou muito o consumo. Os comerciantes estão confiantes de que as vendas ocorrerão, mesmo que em um volume menor. As lojas estão abastecidas e preparadas para atender aos consumidores” afirma, Vinicius.
Porém, a população deve lembrar que ainda estamos enfrentando uma pandemia. Os impactos do vírus na economia ainda estão sendo calculados. Por isso, para não começar o ano novo com dívidas, é preciso maneiras nos gastos neste Natal. “Neste ano, muito mais do que os anteriores, a organização e planejamento das finanças pessoais e familiares serão fundamentais para que se inicie o ano de 2021 com as contas equilibradas. Embora as pesquisas da CNI apontem que uma boa parte da população conseguiu economizar durante esses meses da pandemia, uma outra parte teve a renda diminuída. Fato esse que exige muito cuidado ao se consumir para que não ocorra o endividamento demasiado. Um ponto positivo é que o consumidor tem muitas opções no mercado e muitas ofertas. O que permite se comprar com preços menores. Mas, vale sempre a dica de pesquisar e profissionais agradeço pechinchar por um bom desconto” orienta o economista.
Já os comerciantes que vêm sofrendo desde a quarentena, quando as lojas ficaram fechadas, também devem se planejar para o próximo ano. “As vendas deste período não serão suficientes para eliminar os efeitos da pandemia sobre a economia. Mas, serão o bastante para diminuir os impactos sobre as vendas totais do ano. De modo geral, uma venda não ocorrida no comércio dificilmente ocorrerá futuro. Então, o momento do final de ano será propício para tentar diminuir ao máximo os prejuízos causados pelo fechamento do comércio. Acredito que os comerciantes já se organizaram diante do contexto atual reduzindo despesas e ajustando os custos. Além disso, já organizaram os seus negócios para atender os clientes pelo sistema delivery. Mas, ainda assim, será muito prejudicial para o fechamento das contas no final do mês. O mais importante é a conscientização de todos para que possamos superar tudo isso com o menor impacto possível nas questões econômicas” finaliza, Vinicius Generoso.