“Nós, mulheres negras, somos a vanguarda do movimento feminista nesse país; nós, povo negro, somos a vanguarda das lutas sociais deste país porque somos os que sempre ficaram para trás, aquelas e aqueles para os quais nunca houve um projeto real e efetivo de integração social.” A Campanha Leia Mulheres Negras indica nesta semana a escritora Sueli Carneiro.
Aparecida Sueli Carneiro nasceu em São Paulo, no bairro da Lapa, em junho de 1950. Filha de um ferroviário e de uma costureira, a filósofa e ativista vem de uma família de muita consciência racial, como definiu a biógrafa de Carneiro, Bianca Santana, autora de “Continuo preta: a vida de Sueli Carneiro”.
A escritora ingressou no curso de filosofia da Universidade de São Paulo (USP) no ano de 1971, e foi no ambiente universitário durante a ditadura militar, entre 1971 e 1980, que ela se aproximou ainda mais dos movimentos negro e feminista.
Em 1988, a autora fundou o GELEDÉS – Instituto da Mulher Negra, primeira organização negra e feminista independente de São Paulo. Meses depois, foi convidada para integrar o Conselho Nacional da Condição Feminina, em Brasília. Criou o único programa brasileiro de orientação na área de saúde específico para mulheres negras.
Em Poços de Caldas, o Sistema de Bibliotecas Públicas está participando ativamente da campanha Leia Mulheres Negras, do Sistema Estadual de Bibliotecas de Minas Gerais. Da autora, a Biblioteca Municipal Centenário, no Espaço Cultural da Urca, possui a obra “A cor do preconceito”, de autoria de Carmen Campos, Sueli Carneiro e Vera Vilhena.
No livro, Mira é uma garota negra cheia de entusiasmo que acaba de ingressar numa escola bem-conceituada. Porém, essa euforia se desmancha quando ela descobre o preconceito das pessoas ao seu redor no colégio, onde estudam muitos brancos de classe rica. Ao mesmo tempo, Mira vai ter de enfrentar o sentimento de intolerância que surge dentro de si própria.
Toda semana, o @bibliotecaspublicasdepocos, perfil das Bibliotecas Públicas no Instagram, divulga uma autora negra, proporcionando aos leitores a oportunidade de valorizar as escritoras negras de todo o mundo. Leia Mulheres Negras!